A candidata do MDB, senadora Simone Tebet, encerrou, na noite de sexta-feira, a sabatina com os presidenciáveis no Jornal Nacional. Menos conhecida dos três outros entrevistados – Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) -, a emedebista apostou nos 40 minutos de exposição no telejornal de maior abrangência no país para se apresentar e, ao mesmo tempo, conquistar eleitores.
Ao longo da sabatina, Simone teve de responder a questionamentos sobre a divisão do seu partido, já que, em nove Estados, companheiros dela declararam apoio a outro presidenciável e também pelo envolvimento de emedebistas em esquema de corrupção. A senadora foi confrontada em relação a números na educação e segurança na gestão da qual foi vice-governadora de Mato Grosso do Sul. E destacou, ainda, algumas das suas propostas.
Sobre corrupção dentro do seu partido, Simone disse que a legenda é muito maior do que “meia dúzia de políticos e de caciques” e que o seu partido é o de Ulysses Guimarães e, atualmente, tem como espelho, entre outros, o ex-senador Pedro Simon. Quanto ao fato de não conseguir unir o MDB em torno de sua candidatura, ela atribuiu à polarização vivida no país. “Nós estamos diante de uma polarização, uma polarização política, ideológica, que está levando o Brasil para o abismo. Então, você tem aí uma polarização que faz com que os partidos, ou alguns companheiros, sejam cooptados”, acrescentou a senadora.
Com tempo para apresentar propostas, a presidenciável destacou, em boa parte da entrevista, o combate à fome e erradicação da miséria como prioridades, além de construir um milhão de casas. Questionada mais de uma vez pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos, sobre recursos para viabilizar as ações, já que, ano que vem, a previsão é de dificuldades diante do desequilíbrio das contas, ela não detalhou muito sobre as verbas. Mencionou como uma das alternativas o orçamento secreto, hoje gerido pelo Congresso, e a reforma tributária com taxação de lucros e dividendos.
A exemplo do que ocorreu nas entrevistas com Ciro e Lula, os âncoras mantiveram o tom mais sereno, mesmo nos contrapontos mais incisivos. Sem dúvida, Simone Tebet saiu bem mais conhecida depois de 40 minutos no Jornal Nacional, mas resta saber se conseguiu conquistar eleitores. As próximas pesquisas devem apontar o termômetro das batinas no JN. A Rede Globo convidou os quatro candidatos mais bem colocados na Pesquisa Datafolha, divulgada em 28 de julho.
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